CHUPETAS- SIM OU NÃO?
Algumas crianças sugam para se sentir bem. Isto é, sugam sem ser com a finalidade de se alimentar. Para estas crianças, a chupeta pode ser uma boa alternativa. Digo alternativa, porque nem todas as crianças gostam ou aceitam uma chupeta. Se o seu bebê não aceita uma chupeta, não forçe o seu uso. Algumas crianças descobrem a mão e os dedos e passam a usá-los como para sugar e se sentir mais calmos. Portanto, a resposta à pergunta – chupetas, sim ou não, é: depende! Depende da criança e das suas necessidades. A única situação onde parece haver uma indicação clara para o uso da chupeta é na hora de dormir. A Academia Americana de Pediatria recomenda, em função de estudos sobre a segurança no sono, que os bebês adormeçam com uma chupeta na boca. Se esta cai durante o sono e o bebê não reclama, não há necessidade de se recolocá-la.
Qual modelo escolher? O único cuidado é com os aspectos de segurança. Assim, escolham uma chupeta que não tem peças que se separam e que permita uma lavagem com água quente. Com relação aos diversos modelos existentes no mercado, só tem um jeito que é testando a aceitação. Uma vez que o seu bebê defina o modelo que gosta, tenha sempre uma ou duas chupetas de reserva. Chupetas tem uma capacidade formidável de sumirem, caírem por entre bancos do carro, atrás de almofadas e outros lugares inusistados. Mantenha a chupeta limpa, lavando-a com água morna e detergente. Troque a chupeta quando ficar velha, ou apresentar rachaduras. Tudo que não queremos é que uma criança aspire pedacinhos da chupeta!
Quais os problemas decorrentes do uso da chupeta? Em primeiro lugar, vimos um aspecto positivo que o uso da chupeta, para dormir, produz: a redução de episódios de síndrome de morte súbita do recém nascido. Estudos demonstram esse benefício do uso de chupeta para dormir, sem, no entanto, explicar os motivos pelos quais isso ocorre. Mas, as evidências são suficientemente fortes que, como dito acima, seu uso para dormir é uma recomendação da Academia Americana de Pediatria. Quanto aos aspectos negativos que potencialmente podem ocorrer, destaco:
- interferir no aleitamento ao seio. Para os bebês que mamam no seio de suas mães, o uso da chupeta deveria ser postergado até em torno de um mês de idade, quando a amamentação já está bem estabelecida. Alguns recém nascidos podem ficar “confusos” com tipos diferentes de bico e acabar por apresentarem alguma dificuldade de sugar o seio materno.
- otites – aparentemente há uma correlação entre uso de chupetas e um maior número de casos de otite.
- sapinho- crianças que usam chupetas tendem a ter mais candidíase oral (sapinho) do que os bebês que não usam.
O uso de chupeta pode atrapalhar a dentição ou a fala? Somente o uso prolongado pode atrapalhar a dentição, produzindo problemas de oclusão ou alinhamento dos dentes. Se a criança usa chupeta aos dois anos, deve-se iniciar um processo de retirada, sem muita pressão. No entanto, uma criança não deveria mais estar usando chupeta a partir do seu terceiro aniversário. Quanto à fala, o único problema que a chupeta acarreta é que fica muito difícil entender o que uma criança diz, com a chupeta na boca. Fora isso, só terá problemas na fala, se tiver problemas com a oclusão ou dentição.
O importante a ser lembrado é que chupetas não devem ser usadas para “enganar” a fome da criança. Se ela está com fome, precisa de comida! Chupetas servem para tranquilizar crianças que se sentem melhor quando sugam algo, sem fins de se alimentar.
Como interromper o uso da chupeta, sem traumatizar a criança? Se eu soubesse a resposta desta pergunta, publicaria um livro que venderia muito. Felizmente, a maioria das crianças perde o interesse (ou necessidade) pela chupeta e a abandona espontaneamente. Outras, conseguem largar a chupeta com algum estímulo como por exemplo dizer que a criança já está grande e que pode dar para um outro bebê, ou dar para coelho da páscoa ou Papai Noel! No entanto, algumas crianças se mantém agarradas às suas chupetas, de tal forma que os pais ficam sem saber o que fazer. Não há receita única, muito menos certa. Desde a tentativa de convencimento através da conversa, passando por estímulos positivos com calendários onde estrelinhas são colocadas para cada dia sem chupeta, até medidas menos simpáticas como o uso de sabor desagradável porém atóxico na chupeta (vinagre é um exemplo), até a retirada total e absoluta da chupeta, aguentando a reação por um ou dois dias. Os pais devem decidir como proceder e o que eu posso dizer é que, se a opção for pela retirada total e completa da chupeta, devem estar preparados para suportar a reação natural que virá, sem ceder e voltar atrás, devolvendo a chupeta. Isso seria um exemplo negativo porque a criança iria aprender que pirraça funciona. Sucesso!
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