quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Premature Babies[1]

DIA INTERNACIONAL

Sobrevivem 40% dos bebés que nascem com 24 semanas

por ANA MAIAHoje

Sobrevivem 40% dos bebés que nascem com 24 semanas

Há nove mil prematuros por ano. Número está a aumentar a passo com a idade das mães e tratamentos de fertilidade.

"A Carolina nasceu com 23 semanas de gestação e com 604 gramas de peso. O Dinis nasceu com 25 semanas de gestação e com 840 gramas de peso. Gostava de dizer a todos os pais que estão a passar por momentos mais difíceis que não percam a fé e a esperança. Os milagres acontecem." Em Portugal, 40% dos bebés que nascem com 24 semanas de gestação sobrevivem.

A mensagem é de Sílvia, uma das muitas mães que contaram a sua história no blogue Ser Prematuro (ver texto ao lado). "Pela primeira vez peguei no meu Eduardo [que nasceu com 25 semanas e pesava 765]. Ele já tinha mais de dois meses", recordou Susana.

Em Portugal nascem nove mil bebés com menos de 37 semanas. Um número acima da média europeia, que está nos 7,7%. Um terço é considerado de extrema prematuridade, ou seja tem menos de 28 semanas de gestação. "Entre nós, às 22 semanas não há sobrevivência. Às 23 semanas é rara e às 24 cerca de 40% dos bebés sobrevivem", explicou ao DN Teresa Tomé, presidente da secção de neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria.

Cada dia que passa dentro da barriga da mãe é uma conquista para estes bebés. "A idade gestacional em que 50% sobrevivem sem qualquer sequela é às 28 semanas. Mas é importante também afirmar que há uma grande capacidade de compensação, o cérebro tem grande plasticidade e assim há grande recuperação funcional", acrescenta a médica.

Apesar do desafio que representam para os médicos, a ciência tem-nos permitido "ir no bom caminho". "Temos mais crianças vivas e com menos sequelas que há uns anos", afirmou ao DN Hercília Guimarães, presidente da Sociedade Europeia de Neonatologia, lembrando que entre os principais danos estão problemas de concentração ou hiperactividade.

Há 30 anos, a taxa de partos prematuros era de 5%. Hoje, a percentagem é muito superior. "Existem múltiplos factores para este aumento como problemas maternos, a evolução da procriação medicamente assistida, a idade da mãe", referiu Teresa Tomé. O Plano Nacional de Saúde previa a redução nascimentos prematuros para 4,9% em 2010.

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